terça-feira, 28 de julho de 2009

Dia, após dias.

Bom, nesse mesmo dia, provavelmente a essa mesma hora, e nesse exato mês, há um ano atrás, minha vida virou de cabeça para baixo, e deu uma reviravolta que nem eu mesmo esperava. Ta aí uma data que vai ficar pro resto da minha vida, 27 de Julho de 2008!
O dia seria perfeito, minha amiga de longe estava aqui na cidade, iriamos a um evento de Rock, encontrar os amigos e apresentá-la ao povo com quem ando/andava.
Algo naquele dia não estava certo, as luzes eram brancas demais, todos sorriam ironicamente, como quem quer acusar algo. Mas só eu sentia isso, vinha de dentro de mim. Fora isso, todos permaneciam felizes, falando sobre bandas, e curtindo os shows que estavam rolando no local. Eu tinha em mente algo concreto, como agluém que soubesse realmente a verdade de tudo, e em um gesto, um segundo, tudo começou a desmoronar. Eu não vou falar disso abertamente, vou falar do meu modo, e se você me conhece bem, não precisará de detalhes nenhum pra lhe explicar tudo isso.
A bomba estava alí bem no meu lado, e mesmo estando confiante de que ela não iria explodir, pronto. Ela se lança bem em minha direção, queimando meus olhos e me fazendo ficar cego, tanto dos olhos, como de todos outros sentidos. Sim, alí tudo mudou radicalmente. E eu podia pressentir isso no meu corpo. Suor frio, mãos trêmulas, lágrimas que não cairam, orgulho ferido. Tudo que o pobre menino queria, era apénas sair daquele lugar. Estava passando mal, fraco, quase desmaiando alí mesmo. Era praticamente uma criança, não sabia como sentir, nem quando sentiu aquilo pela primeira vez. Hora de ir para casa, enfrentar os desejos e ambições alheios.
Olá, querido, como você está?
Bem, bem sim!
Engraçado, não parece, o que aconteceu?
Nada, juro, você está vendo coisas aonde não tem!
O quarto espera anciosamente, e a cama por ouvir sons de desespero.
e como não podia ser diferente, foi exatamente o que aconteceu, deitei na cama, e coloquei Romanticide, sim é a unica musica que eu penso quando me vem 27 de julho na cabeça. Entra ela pela porta, preocupada pelo que aconteceu, insistindo severamente, pra entender porque semanas eu estava diferente e porque naquele dia eu estava tão mal. Uma, duas, três, quantas foram as vezes que ela insistiu? Não sei, provavelmente parou na terceira, e como quem não aguenta mais ficar debaixo d'água, sem respirar, eu desabo na superficie, e cuspo toda a verdade no colo dela.
Pausa, foi só isso que eu percebi do seu coração batendo proximo a minha cabeça, silencio...Oh como aquilo doía, a cada segundo 3 vezes mais. E o que sobra, é o abraço caloroso, de um amor infinitamente maior que qualquer coisa...
Dias seguintes, de cama, trilha sonora, e lágrimas sem parar.
O resultado foi bom? Acredito que da parte alheia sim, mas de minha parte não.
Decepcionar era a uncia coisa que uma criança não queria fazer, e ela fez exatamente isso. Hoje 1 ano após, a verdade tem se espalhado lentamente por tudo e todos, mas as cores ainda permanecem em tons de cinza, as lembranças nítidas, perfeitas.
O que aprendi com isso? Putz, é muita coisa a se dizer, eu só aprendi.
Aprendi a não reclamar quando se apanha da vida, quanto mais se reclama, mais feridas se abrem. Aprendi que agradecer é o segredo de levar a vida a sério.
Agradecer a Deus, aos pais, aos céus, agradecer as mãos, as pernas, ao silencio, que antes me matava, mas que agora dorme ao meu lado todo os dias, e me mostra que o dia seguinte, pode trazer novidades. Aprendi, que amizade, não se basea em interesses, mas ela só acontece, quando o medo e a discórdia batem à sua porta pra prová-la.
Aprendi, que procurava algo parecido comigo na vida, mas esqueci que com todas as semelhanças possiveis, mesmo assim, não há semelhança alguma entre você e o mundo.
O singular fez sentido agora, e o diferente, nossa, mais ainda.
Aprendi, que o tempo, é o remédio pra qualquer doença, e que qualquer doença, ajuda a se fortalecer no dia seguinte. Aprendi a cair, e entender que é caindo que se tem a oportunidade de levantar e fortalecer. Aprendi a encarar olhares indiferentes, mesmo que eles doam, eles vão te ajudar a criar resistência pros próximos.
Aprendi muita coisa, e a mais importante de todas elas: Aprendi que Deus está comigo, independentemente de qualquer situação, e é nele que eu posso confiar quando os tombos vierem, quando os olhares queimarem em meu rosto, quando os sonhos forem diferentes, quando o silencio estiver ao meu lado, na madrugada.

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